quarta-feira, 27 de julho de 2016

INFLAMAÇÃO AGUDA E CRÔNICA

       A inflamação é um mecanismo de defesa corporal, que tem objetivo de eliminar o fator que causou a lesão inicial da célula. O processo inflamatório é essencial, pois sem o mesmo, as infecções se desenvolveriam de forma descontrolada, jamais haveria a cicatrização de feridas e os processos destrutivos seriam permanentes. Todavia, as inflamações e reparos podem acarretar alguns malefícios potenciais, como algumas doenças crônicas. Ex: Artrite reumatóide, a aterosclerose, fibrose pulmonar e algumas reações de hipersensibilidade. 




       A resposta inflamatória consiste em dois componentes principais: uma reação vascular e uma reação celular, e pode apresentar-se de duas formas: aguda ou crônica. A principal diferença entre os dois tipos é o tempo de duração, e essa diferença está diretamente ligada aos fatores que influenciaram a inflamação. 







INFLAMAÇÃO AGUDA

    Trata-se de uma resposta rápida aos agentes agressores, acionando mediadores de defesa, como leucócitos e proteínas plasmáticas para o determinado local da lesão. 

Estímulos para a inflamação aguda:
  1. Infecções e toxinas microbianas;
  2. Traumas ;
  3. Agentes físicos e químicos;
  4. Necrose tissular ;
  5. Partículas estranhas;
  6. Reações imunológicas de hipersensibilidade.
       A alergia na pele é uma inflamação devida ao contato do indivíduo com uma substância estranha ao organismo que, geralmente, provoca coceira, vermelhidão e presença de bolinhas brancas ou avermelhadas.





                     A inflamação aguda possui três componentes principais: 
  1. Alterações do calibre vascular, levando a um aumento do fluxo sanguíneo (vasodilatação);
  2. Modificações na microcirculação, permitindo que leucócitos e proteínas plasmáticas deixem a circulação;
  3. Emigração dos leucócitos da microcirculação, o acúmulo no foco da lesão e, por fim, a ativação para eliminar o agente nocivo presente.



       O eritema e o edema da inflamação são causados pelo aumento do fluxo sanguíneo. Os leucócitos ativados pelo agente nocivos podem liberar metabólitos tóxicos e proteases no meio extracelular, causando dano tecidual. Durante o dano, e mediante a liberação de prostaglandinas, neuropeptídeos e citocinas, ocorre a manifestação da dor local. 



INFLAMAÇÃO CRÔNICA
      Diferentemente da inflamação aguda, que ocorre de forma rápida, a inflamação crônica possui longa duração, podendo durar semanas ou meses. Nesses casos, a inflamação ativa, a destruição tissular e a tentativa de reparar os danos ocorrem de forma simultânea. Frequentemente, a inflamação ocorre assintomática e pouco intensa em sua forma inicial.

Principais causas da inflamação crônica:
  • Infecções persistentes por alguns microorganismos. Ex.: Bacilo de Koch;
  • Exposição prolongada a agentes com alto potencial de toxicidade, exógenos ou endógenos. Ex.: Silicose e aterosclerose.
  • Auto-imunidade.

A inflamação crônica se caracteriza por:
  1. Infiltração de células mononucleares;
  2. Destruição dos tecidos, provocada pela persistência do agente nocivo;
  3. Tentativas de cicatrização, por meio da substituição do tecido danificado por tecido conjuntivo.
EFEITOS SISTÊMICOS DA INFLAMAÇÃO 
  • A febre é uma das manifestações mais frequentes na fase aguda, principalmente quando associada à uma infecção;
  • O aumento das proteínas da fase aguda, que têm efeitos benéficos durante a inflamação aguda;
  • A leucocitose (aumento do número de leucócitos), é uma característica comum especialmente nas infecções bacterianas;
  • Aumento da frequência cardíaca e da pressão sanguínea. Também pode-se destacar a redução da sudorese, tremores e calafrios.
     
      
   
      Se a inflamação ocorre de forma defeituosa, promove o aumento da suscetibilidade a infecções e demoras na cura de feridas e lesões tissulares. Em casos em que ela ocorre de maneira exagerada, está intimamente ligada à alergias e as doenças auto-imunes. 

REFERÊNCIAS:
KAMAR et al. ROBBINS & COTRAN : Patologia - Bases Patológicas Das Doenças. 8º ed. Elsevier: Rio de Janeiro, 2010.



terça-feira, 26 de julho de 2016

CÂNCER DO COLO DO ÚTERO



O câncer do colo do útero, também chamado de cervical, é causado pela infecção persistente por alguns tipos do Papilomavírus Humano -  HPV;

É descoberto facilmente no exame preventivo (conhecido também como Papanicolau);



Se constitui em grave problema de saúde pública sendo o segundo comum entre mulheres no mundo;
No Brasil, o câncer uterino é a terceira neoplasia mais incidente nas mulheres;
Incidente entre mulheres de 40 aos 49 anos de idade.


PATOLOGIA


O principal agente causador é o HPV, pois mais de 90% das mulheres que apresentaram câncer de colo de útero estiveram expostas ao Papilomavírus Humano (HPV);

É caracterizada como uma doença bastante grave, de evolução lenta, levando até 14 anos para a sua evolução total;

Existem dois tipos principais de câncer do colo de útero:
- Carcinoma de células escamosas ou epidermoide (mais frequente);
- Adenocarcinoma, sendo o mais raro;

As alterações que ocorrem nas células podem ser denominadas neoplasia intraepitelial cervical, lesão intraepitelial escamosa e displasia.




SINAIS E SINTOMAS



- Em etapas iniciais pode ser assintomático;
- Sangramento após relações sexuais;
- Secreções vaginais anormais;
- Dor abdominal associadas a queixas urinárias;




Pode evoluir para quadro graves: perda de apetite, fadiga, dor lombar, dor na perna, incontinência urinária ou fecal.


 FATORES DE RISCO


O fator que mais se relaciona com esse câncer é a infecção pelo papilomavírus humano (HPV);

Co-fatores que influenciam no desenvolvimento do câncer:
- Apresentarem a zona de transformação do colo localizada na ectocérvice;
- Idade precoce da primeira relação sexual;
- Serem fumantes;
- Entre outros.


PREVENÇÃO E DIAGNÓSTICO


Aproximadamente 94% dos cânceres de colo uterino podem ser evitados;

Prevenção primária: modificar ou eliminar fatores de risco;
Prevenção secundária: diagnóstico e tratamento precoce do câncer;

Marco histórico: Estudo de Papanicolau & Traut;

Exame Papanicolau;
Uso de preservativos masculinos;
Tipagem do HPV e vacinação.


                                                   TRATAMENTO


Estágios iniciais, a cirurgia possibilita remoção completa do tumor aumentando chances de cura;
Além disso podem ser realizadas a radioterapia e a quimioterapia.



O câncer do colo do útero é a terceira causa de morte por câncer em mulheres no Brasil, demonstrando assim a importância de uma prevenção e promoção da saúde;
O exame Papanicolau deve ser uma prioridade para as mulheres sexualmente ativas;
A educação em saúde, como estratégia viabilizando o acesso a informação.


Fonte: Essa postagem refere-se à produção de um artigo científico por membros do blog orientados pelo Prof. Esp. Renato Felipe, foi apresentado em 25/07/2016 sob avaliação do Prof. Antônio Mendes e Prof. Ítalo Rossi. Com participação de Ana Caroline. 

Interessados deixem seu e-mail nos comentários que enviaremos o artigo. 
Comentem também suas dúvidas.

quarta-feira, 20 de julho de 2016

DISTÚRBIOS HEMODINÂMICOS



Primeiramente devemos ter em mente que os distúrbios hemodinâmicos, como o próprio nome sugere, estão claramente relacionados somente com o sangue. Temo então os seguintes distúrbios:

TROMBOSE 

- É o processo de formação dos trombos (sangue coagulado);
- Os trombos geralmente são originados por ativações excessivas da hemostasia (processo que inibe o sangramento e inicia o reparo tecidual), ou seja, em alguma ruptura de um vaso sanguíneo, a hemostasia excessiva pode originar os coágulos, podendo ser brancos formandos somente em artérias ou vermelhos somente em veias. 



EMBOLIA / ÊMBOLO


- O êmbolo é uma massa líquida, sólida ou gasosa nos vasos sanguíneos que sai de seu local de origem sendo levada pelo sangue até outras regiões do corpo;

- Como citado no tópico sobre a Trombose, o processo de Embolia ocorre quando um trombo deixa seu local de origem e passa a prejudicar outros locais; 

- A embolia pode gerar um infarto, que não é algo restrito somente ao coração; 

- Na verdade o infarto é o nome dado à falta de oxigênio a um determinado tecido por isquemia (ausência de suprimento de O2 para os tecidos) causada por necrose (morte tecidual pela ausência de O2).


Existem os seguintes tipos de embolia:
– Pulmonar;

– Sistêmica (quando um êmbolo acontece no coração);

– Gordurosa (placas de gordura se soltam e se deslocam pelo corpo até atingir      um local específico e obstruí-lo);

– Gasosa (como em uma má punção venosa o ar entra na veia e então causa        sérios danos);
– Líquido amniótico (quando o bebê nasce o líquido amniótico pode       acidentalmente atingir os vasos sanguíneos dele).


CONGESTÃO / HIPEREMIA PASSIVA


- É denotada pela concentração de sangue somente no lado venoso, causando a diminuição do efluxo (sangue que volta ao coração) sendo local ou sistêmica (várias partes do corpo);
- Como congestões locais têm as neoplasias (tumores que crescem e obstruem veias), abcessos e granulomas, e garroteamento; 
- Já como congestões sistêmicas têm-se os danos causados no coração e pulmões (como neoplasias ou lesões).

HIPEREMIA ATIVA

- É quando o sangue se concentra no lado arterial da circulação, onde o fluxo sanguíneo torna-se mais alto e aumenta a pressão arterial, aumentando a vasodilatação;

- Pode ser fisiológica (normal), quando, por exemplo, praticamos exercícios físicos e ficamos um pouco vermelho em decorrência do aumento do fluxo sanguíneo e a dissipação do calor corporal; 
- Ou pode ser patológica como inflamações agudas, lesões térmicas (queimaduras) e traumatismos.


HEMORRAGIA

É a liberação de sangue por ruptura dos vasos sanguíneos, tanto para o interstício quanto para cavidades pré-formadas (meio interno) ou para o exterior do corpo como nas fezes, vômitos, menstruação.




CHOQUE

- É causado através especificamente da sobrecarga do sistema respiratório e cardiovascular. 

- Constitui uma hipoperfusão sistêmica através da diminuição do débito cardíaco, diminuindo a quantidade de sangue que circula pelo corpo em relação ao nível normal de sangue que deve circular. 

- Assim sendo, ocorre então uma menor pressão arterial o que propicia a hipoperfusão, que é quando as células passam a receber menos quantidade de O2, tornando-se então anaeróbicas e nesse momento, resultando do metabolismo anaeróbico há a liberação do ácido lático, que é terrivelmente prejudicial para as células causando lesões irreversíveis, provocando a morte do indivíduo.


Tipos de choques (Olhe o vídeo abaixo)
– Cardiogênico;

– Hipovolêmico (diminuição do fluxo sanguíneo);
– Hemorrágico;
– Séptico (causado por infecções de bactérias e fungos);
– Anafilático (alimentos, corantes, etc; picadas de insetos, vacinas).





quarta-feira, 13 de julho de 2016

Síndrome de Down

Trata-se de uma alteração genética causada por um erro na divisão celular durante a divisão embrionária.
Sua primeira descrição clínica foi publicada em 1866 por Langdon Down;
                                              
Caracterizada pela presença de um cromossomo extra no par 21, em todas ou na maior parte das células de um indivíduo. Isto é, apresentando 47 cromossomos em suas células em vez de 46.





Pode ocorrer em todas as raças humanas e efeitos semelhantes já foram encontrados em outras espécies de mamíferos, como chimpanzés e ratos;

Crianças e jovens com a síndrome têm características físicas semelhantes e estão mais sujeitos a algumas doenças que as demais pessoas (GONÇALVES; CAMPOS; BRUGES, 2005).

EPIDEMIOLOGIA

A frequência da síndrome de Down registrada, na América do Sul, é de um caso em cerca de 700 nascimentos (GARCIA et. al., 2009 apud MOREIRA et al., 2002);
Segundo esta conta, cerca de 270 mil pessoas no Brasil teriam síndrome de Down;
23,9% possuem alguma deficiência;
Sendo que 2.617.025 declararam ter deficiência intelectual (MOVIMENTO DOWN, 2013 apud IBGE, 2010).

A síndrome de Down pode apresentar-se em três formas:
- Trissomia livre ou simples: Forma mais frequente, atingindo 95% dos casos.
-Translocação: Essa forma é apresentada em cerca de 3,5% de indivíduos com Down.
- Mosaicismo: Ocorre em apenas 1,5% dos casos. 


ALGUMAS CARACTERÍSTICAS

Entre as características físicas associadas à síndrome de Down estão: olhos amendoados, maior propensão ao desenvolvimento de algumas doenças, hipotonia muscular e deficiência intelectual. Em geral, as crianças com síndrome de Down são menores em tamanho e seu desenvolvimento físico e mental são mais lentos do que o de outras crianças da sua idade.


DIAGNÓSTICO

        Exames:

- Ultrassonografia;

- Translucência nucal;

- Cordocentese;

- Amniocentese;

- Biópsia do vilo corial;
- Diagnóstico da síndrome de Down pela biotecnologia.


CUIDADOS MÉDICOS

A síndrome de Down não é uma doença, mas requer a atenção de pais e profissionais;
   As crianças, normalmente, são assistidas por um pediatra desde nascimento, que vai realizar testes para procurar cardiopatias congênitas ou outros riscos à saúde associados à síndrome de Down.


 PREDISPOSIÇÃO À DOENÇAS



Aproximadamente 40% dos pacientes apresentam doenças congênitas cardíacas;

- Aumento de 10 a 20 vezes do risco de desenvolvimento de leucemia aguda;
- Pacientes com idade superior a 40 anos desenvolvem alterações neurológicas;
- Possuem respostas imunes anormais que os predispõem a infecções sérias;
- Segundo a OMS, cerca de 75% dos portadores com a trissomia sofrem perda auditiva;
- Problemas de visão (estrabismo, blefarite e nistagmo);
- Apresentam problemas gastrointestinais (doença de Hirschsprug);
Instabilidade atlanto-axial.





REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRUGES, V. P. Síndrome de Down – Estudo geral. Universidade de Coimbra, 2005. Disponível em: <https://estudogeral.sib.uc.pt/bitstream/1031 MOVIMENTO DOWN. Síndrome de Down. Disponível em: <http://www.movimentodown.org.br/> . Acesso em: 10 jun 2016.
GARCIA, L. F. P. et. al. Levantamento epidemiológico de indivíduos com características sindrômicas de aneuploidias: prevalência da síndrome de down. Disciplinarum Scientia. n. 1., v. 10, p. 1-10, 2009.
KAMAR et al. ROBBINS & COTRAN : Patologia - Bases Patológicas Das Doenças. 8º ed. Elsevier: Rio de Janeiro, 2010.
GONÇALVES, E. A.; CAMPOS, M. J.; 6/13436/3/capitulos%201-7%20mais%20Anexos.pdf>. Acesso em: 12 de jun. 2016.
TUA SAUDE. Diagnóstico da Síndrome de Down., 2016. Disponível em: <http://www.tuasaude.com/diagnostico-da-sindrome-de-down/>. Acesso em: 11 jun. 2016.




Para mais informações, acesse: http://www.movimentodown.org.br/